sábado, 4 de maio de 2013

A favor dos animais, contra a natureza

No link abaixo, se encontra um artigo de minha autoria, sobre o mesmo tema já tratado no artigo "Sobre Danos Naturais": a importância moral dos males que os animais não humanos padecem que não tem origem no seu uso enquanto recursos, mas sim, de fontes naturais (doenças, inanição, predação, deformidades, etc.). No artigo, intitulado "O Princípio da Beneficência e os Animais Não Humanos: Uma Discussão Sobre o Problema da Predação e Outros Danos Naturais", apresento o argumento central a favor de se considerar moralmente esses tipos de danos, e defendo que o grau de prioridade que um dano deveria receber em ser minimizado não deveria depender de qual sua fonte de origem, mas sim, do quanto afeta suas vítimas. No artigo também respondo a algumas das objeções comuns à perspectiva que defendo, objeções essas que geralmente são centradas na crença de que aquilo que é natural é sagrado, idéia que apresento razões para rejeitar.

É de se esperar, dada a veneração pelos processos naturais amplamente aceita pela maioria (pelo menos quando as vítimas são animais não humanos) e o grau altíssimo de especismo e desconsideração pelos animais não humanos presentes no pensamento da maioria das pessoas, que tal tema seja um tabu. Contudo, um fato curioso é que o lugar onde esse tabu parece ser maior ainda é exatamente dentro do movimento de direitos animais. Os que se intitulam defensores dos direitos animais não exitam em defender que devemos deixar a natureza seguir o seu curso e que é uma blasfêmia socorrer um animal silvestre que está a padecer de inanição, por exemplo. Deveres de beneficência, defendem eles,dizem respeito apenas a males que nós já fizemos no passado. Obviamente, eles não pensam assim quando as vítimas de danos naturais são seres humanos (nem que para alguns, isso se restrinja a eles próprios, como no caso dos egoístas), revelando especismo. Mas, enfim, existirão boas razões para se pensar que os deveres de beneficência com relação a animais não humanos se restrigiriam a casos onde o dano é fruto da exploração feita no passado? Penso que não, e o artigo no link abaixo, espero, ajudará a explicar por que os danos naturais são tão importantes moralmente quanto os danos causados pela exploração.

Link para o artigo: http://minerva.usc.es/bitstream/10347/7399/1/101-133.pdf

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